21 julho, 2005

[Um dia talvez]
Um dia hei-de temer o abandono,
a sede, a noite, a sombra, o esquecimento.
Mas nessa altura eu quero que o outono
me escreva em tons de sépia o testamento.

Que amor existe apenas no arame,
no lume, no trapézio, em estar presente.
Sem choros nem desculpas, sem reclame.
(Doer-me o ires embora é estar doente.)

Por isso não te peço a eternidade,
contratos, cumprimento de promessas.
Eu quero é que me ames de verdade
e que, não sendo assim, desapareças.

Um dia talvez tema o abandono.
Agora penso nisso e dá-me sono

jcb

1 comentário:

Anónimo disse...

é a tua cara este poema! eheheh

 
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